sábado, 26 de setembro de 2009

Obsessão

Por muito que se tente dar um sentido minimamente normal á vida há coisas que fogem ao nosso controlo. O controlo que tentámos ter das coisas acaba por ceder, mais cedo ou mais tarde. E, se o que fazemos depois não é certo, aquilo que se sente na altura é- lo mais do que dois e dois serem quatro. Mas, nem todas as contas são tão fáceis de fazer e chego a uma altura em que não sei realmente o que dizer para poder que o que sinto é normal. Pior do que não ter um objectivo é viver para um outro que não atingimos por muito que tentemos. E, quanto mais se tenta mais longe se fica e, em prol da distância há que recorrer a outros meios. E, que meios acabam por aparecer? O que queremos ver manifesta- se num pouco de tudo, num pouco de todos. Não sabemos se realmente vemos o que realmente lá está ou então aquilo que queremos ver. Os olhos enganam, enganam mais do que o coração. O coração obcecado consegue manter mais controlo sobre si próprio do que um par de olhos que tudo vêm. E, por muito diferentes que sejam estes dois elementos acabam por juntar- se. Aquilo que vemos, verdadeiro ou não, afecta o coração. Não sei se realmente vejo coisas que me fazem sentir o que sinto, ou se é a visão de quem quero ter que me faz procurar em cada pessoa um pouco dele. E, por ver a vida em bocados, essas pessoas não são, após um minuto ou dois de observação, mais bonitas, mais importantes, mais interessantes do que aquela em quem se pensa quando se olha para elas.
Impede- me de viver a minha vida, de perceber o que realmente quero, de aproveitar uma saída de algo que não tenho a certeza de querer sair.

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