terça-feira, 29 de novembro de 2011

Nightwish - Imaginaerum [Review]

Começo por dizer que estou numa relação amor-ódio por que se por um lado adorei toda a orquestra, todo aquele lado cinematográfico e pomposo por outro parece que a banda em si ficou um bocado no background sem espaço para brilhar muito. Parece mais um álbum da London Philharmonic Orchestra feat. Nightwish se é que me faço entender. Há alturas em que achei inevitável a comparação com os EPICA dos primeiros álbuns que sem a orquestra tinham um instrumental muito básico, neste álbum de Nightwish achei um pouco isso na maioria das músicas e tenho imensa curiosidade em saber como muitas delas irão resultar ao vivo.


01. Taikatalvi - Já disse que não gosto de músicas em Finlandês? Não gosto, pronto. Acho que é uma língua feia para caraças. No entanto não posso deixar de notar a voz do Marco que está bem diferente daquele registo "gritado" e isso é raro. Faz lembrar a "While Your Lips Are Still Red". Gosto do pormenor do oboé (não sei ao certo que instrumento é, presumo que seja um oboé) e não gosto, de todo, de começar a ouvir os coros iniciais da "Storytime" no final da música, quebra um pouco a magia, dá a ideia de que a música foi feita só como introdução (o que não deixa de ser um pouco verdade) quando vale por si só.

02. Storytime - Como o single já saiu há algum tempo eu já disse quase tudo o que havia para dizer sobre ele. Acho que para single é uma música que não é “facilitista” só para figurar nas rádios (independentemente de ter uma Radio Version mais curta). A letra é extremamente repetitiva, é o principal defeito que encontro na música (e no álbum em geral, foi um dos males comuns). Gosto imenso do tom sussurrante da Anette no inicio da música, acho que mete medo para caraças (sim eu tive medo da voz dela em algumas músicas deste álbum). Quanto aos coros, opá estão brutais, se há coisa que Nightwish sabe usar são os coros, nem a mais nem a menos, estão no ponto. Gosto também dos berrinhos da Anette no final da música, quem a ouve ao vivo sabe que ela gosta de arriscar aqueles berrinhos de vez em quando e pessoalmente gosto bastante deles, acho que dão uma certa pica à senhora.

03. Ghost River - Quando a Anette canta: “leave a footprint on every island you see” acho a voz dela tão, mas tão estranha… Mas nesta música a voz dela está estranha no geral mas é preferível aos berros do Marco, acho-os tão desnecessários (e repetitivos). Numa música como “Master Passion Greed” justificam-se, aqui não. Graças a Deus a meio lá colocam o coro das criancinhas em conjunto com a voz dele e as coisas melhoram bastante. E o coro das criancinhas sozinho é muito bom. A interrupção abrupta da Anette do referido coro é muito boa, muito prolongada, me gusta. Penso que é das músicas que melhor deve resultar ao vivo.

04. Slow, Love,. Slow - E pronto, acho que esta música é a gota de água para aqueles que pensavam que Nightwish já não eram metal de coisa nenhuma. Aqueles que gostam de jazz e semelhantes (blues, soul etc.) gostarão da música certamente. Para mim serve somente para mostrar mais uma vez a versatilidade da Anette Aquele saxofone (é um saxofone?) desafinado em quase toda a música era desnecessário, penso que as pessoas apanharam a ideia logo ao inicio. Lá para o minuto 3:50 as coisas lá começam a aquecer e aqueles sussurros da Anette deixam-me logo cheio de medo… lool Depois começam os devaneios meio soul (que ela já tinha mostrado em músicas como “Meadows Of Heaven”) em conjunto com aquele piano que parece que está a ser espancado, fazem uma boa junção. Só acho desnecessário o tic-tac presente na parte final da música, é demasiado longo, principalmente quando é apenas ele que ouvimos depois de todo o resto se calar.

05. I Want My Tears Back – Eu desmanchei-me a rir da primeira vez que ouvi isto, a sério, primeiro eles começam os dois aos berros e depois entra aquela gaita-de-foles meio aparolada (a fazer lembrar “Last Of The Wilds” ou “Moondance”) e eu desato a rir. Os agudos da Anette são muito engraçados também, me gusta 2x. Depois ouvir a gaita a cada refrão faz de mim um homem mais feliz (lol). Pergunta idiota: Quem é a Mary Costa? Nesta música (como no geral do álbum) as vozes da Anette e do Marco parece que “encaixam” na perfeição. E depois quando começam as palmas? Ah eu quero que toquem isto caso venham ao coliseu, acho que é daquelas músicas mesmo para a galhofa. É sem dúvida a minha música favorita de todo o álbum a par de outras duas que direi à frente.

06. Scaretale – Aquele inicio é medonho, no sentido em que mete medo mesmo ao ouvir, para depois entrarem as criancinhas, acho fofo. Depois começa a orquestra e parece que tudo o resto esteve lá para nada, é um bocado triste, mas enfim. Gosto daqueles riffs a fazer lembrar “7 Days To The Wolves” e daqueles teclados. Esta é a música em que a Anette consumiu o maior número de drogas: “Burning farms and squalling pigs A pool of snakes to swim with, oh sweet poison bite me bite me”. Depois começa o Marco a fazer o seu papel de apresentador do circo e é outra das coisas que me mete medo, a sério, eu acho que esta vertente circense deles é de uma pessoa se borrar toda. Logo a seguir volta a orquestração inicial e pronto, parece um ciclo vicioso pois também a overdose da Anette se nota outra vez, lol. Uma das coisas que gosto de verificar é o timming entre a voz dela e o coro, parece que foram cantados ao mesmo sítio, à mesma hora, quando a gente sabe que não foi assim. Mais criancinhas, depois aquele toque de flauta no fim, é engraçado.

07. Arabesque – Era a minha favorita de todos os samplers e continuei a gostar. Acho que é ela que marca, assim como “Eva” marcava no álbum anterior, a viragem do álbum para outra temática. As músicas anteriores eram mais ligadas ao circo, as restantes mais ligadas às viagens e acho que o intuito de “Arabesque” é mesmo esse, faz lembrar “Sahara” do DPP. É uma peça orquestral muito boa, lembra-me as peças do Alan Silvestri (não conhecem? Google him).

08. Turn Loose The Mermaids – A voz da Anette nesta música está mais limpa do que em qualquer outra que ela tenha cantado (e mais doce também). O refrão dos dois minutos com o violino a entrar ao mesmo tempo da voz dela plus os tambores está demais. Depois blá blá blá começa a peça orquestral e volta-se ao refrão, acho que é uma pena esta música não ter uma letra maior. E os berrinhos da Anette no background deviam estar em primeiro plano, na minha opinião. Aquele “eyesssssss” prolongado, me no gusta, muito forçado. E os violinos acabam meio abruptamente, podiam ter um finalzinho mais composto.

09. Rest Calm – Outra das minhas favoritas apesar de não gostar daqueles riffs distorcidos ao início. Quando começa a orquestra e pouco depois os gritos do Marco, opá tá do caraças… Adoro o refrão, a voz da Anette naquela sintonia com os instrumentos todos para depois voltar a entrar a orquestra com aquele poderio todo, é tipo, dia e noite… Gosto da particularidade da voz da Anette a par da do Marco nesta segunda quadra, fazem uma parelha bem mais agradável do que Marco – Tarja. É das poucas músicas em que há um instrumental da banda propriamente dito, gosto daquele solo (é solo né? lol). Depois o coro das criancinhas opá, como diz o meu pai, “só não chora quem não tem coração”. Mais daqueles berrinhos da Anette (a sério, eu adoro os berros dela, lol) para acabar com aquele refrão que parece repetido até ao infinito (no bom sentido). “Rest calm and remembre me” é para mim a melhor linha de todo o álbum não me perguntem porquê…

10. The Crow, The Owl And The Dove – A música mais pop que ouvi deles. A voz da Anette quase sem apoio nenhum está bastante engraçada e a junção à voz do Marco só a enaltece (em comparação com a dele, que podia estar mais limpa, como em "Taikatalvi").
Alguém sabe quem canta o verso “Got to grieve her, got to wreck it” ? Parece-me uma reminiscência do coro gospel de “Meadows Of Heaven” que é brilhantemente interrompido por aquela flauta (é uma flauta? lol). Depois mais refrão (aquele refrão só faz sentido quando se ouve somente a voz da Anette em conjunto com o piano).

11. Last Ride Of The Day – Só a mim é que me parece ouvir uma espécie de helicóptero no início? Wtf? E aqueles coros podiam estar mais trabalhados (só um cadinho) estão um bocado repetitivos. Depois lá entra a voz da Anette (que mais uma vez digo, me mete medo quando ela começa a sussurrar). “Riding the day, every day into sunset. Finding the way back home” – a Anette pura e simplesmente vai-se ver lixada para conseguir cantar isto ao vivo do jeito que ficou gravado. Solo de guitarra, mais uma lembrança de que há uma banda por detrás disto tudo, embora logo a seguir somos bombardeados com mais uma peça orquestral. Acho o refrão desta música odioso, tanto pela quantidade de vezes que é repetido como pela pressa com que é cantado… Posso dizer que de todas as músicas é a que de momento, menos gosto.

12. Song Of Myself – O maior enchimento de chouriços na história de Nightwish. “The deep breath I took still poisons my lungs” – a forma como a Anette canta isto é tão estranha… Engraçado que a segunda quadra faça referência a outras músicas do álbum:

"A catnap in the ghost town of my heart – Rest Calm
She dreams of storytime and the river ghosts - Storytime, Ghost River
Of mermaids, of Whitman's and the ride - Turn Loose The Mermaids, Song Of Myself, Last Ride Of The Day
Raving harlequins, gigantic toys!" – Scaretale

Depois aqueles coros estão qualquer coisa de fantástico, a sério …
Adoro a voz da Anette nos versos

"A silent symphony
A hollow opus #1,2,3"

O poema final (que me levou a querer procurar algo sobre o Walt Whitman de quem nunca li nada) podia ser uma faixa só, acho uma pena ter sido incluído nesta música...
É notório que alguns versos são narrados pelo Marco, pelo Tuomas e pela Anette (sendo que os outros segundo diz o jp são narrados pelo senhor da gaita de foles… )

"The 1st thing I ever heard was a wandering
man telling his story
It was you, the grass under my bare feet
The campfire in the dead of night
The heavenly black of sky and sea"

Eu sei que vou ser gozado para a vida toda, mas eu comecei a chorar quando ouvi isto… Porquê? Não sei… Lembra-me os começos de Nightwish (não vou contar a história, quem quiser, que leia).

“the grass under my bare feet” – Elvenpath!
‎"how can you just "be yourself" if you don't know who you are?" – FACTO!

13. Imaginaerum - Basicamente é um correr orquestrado da maioria das músicas do álbum é uma boa opção para fechar o álbum, relembra o que se ouviu anteriormente, a transição para “Storytime” está fantástica na minha opinião.

Este álbum era o caminho mais lógico para quem ouviu o anterior (e gostou) e penso que não deixou desgostoso quem esperou 4 anos. Não dou nota de 0 a 10 ou de 0 a 100 por que é Nightwish e eu tenho um pelling que vou ouvir isto até não poder mais, tal como fiz com o “Dark Passion Play”.

4 comentários:

  1. A meu ver o albúm é muito repetitivo e demasiado básico. Resume-se basicamente à Last of the wilds. Uma pena para uma banda que podia fazer muito mais.

    ResponderEliminar
  2. Last of the Wilds?!
    Repetitivo?!
    Básico?!
    WTF?!?!
    O Little Knight não se terá enganado no post?

    Não concordo com grande parte da "review", mas dou os parabéns pela mesma. Gostos não se discutem. :)
    Dito isto, trata-se do mais ambicioso álbum dos NW. E também o melhor.
    Mas não chegam 2 ou 3 audições (à primeira, fiquei relativamente pouco impressionado...). Exige muito mais do que isso! E depois... é o céu.

    ResponderEliminar
  3. Marco que canta The Crow, The Owl And The Dove? Jurava ser o Troy Donockley. >:
    Great review. Valeu!

    ResponderEliminar
  4. Mary Costa dublou a Aurora, em Sleeping Beauty.

    ResponderEliminar