quarta-feira, 13 de novembro de 2013

IGOR - Uma Casa De Bonecas [Review]


Data de lançamento: 16 de Novembro [Portugal]
País: Portugal

Tracklist:
01 Grande Abertura Da Volúpia
02 Can-Can Dos Horrores
03 O Despertar Das Plumas
04 Bailarina Sem Vestido
05 Circo Dos Amores
06 O Corpo É Que Paga
07 Barbie Modelo-Cabaret
08 Cubos De Letras Desarrumados
09 Olhos De Porcelana
10 Almofada Em Forma De Coração
11 Nini Dos Meus Quinze Anos
12 Quarto Em Pantanas
13 Ele E Ela
14 Trágica Hora Do Chá

Esta será um review diferente das restantes pois aqui estou a comentar o trabalho de um projecto encabeçado por Igor Freitas, que me contactou em virtude de fazer uma review ao seu mais recente trabalho, "Uma Casa De Bonecas".
É-me difícil enquadrar este álbum num estilo por mim facilmente reconhecido. Encontro nele laivos de EBM, Darkwave, Dark Cabaret e acima de tudo encontro coesão num trabalho que presumo ser conceptual.

Desde o início com a introdução "Grande Abertura Da Volúpia", a primeira de cinco faixas introdutórias presentes no álbum que se consegue perceber que estámos longe de um trabalho easy-listening tipicamente Português. E mais diversificado. Nesta casa de bonecas encontrámos faixas com reminescenências de EBM,"Can-Can Dos Horrores", de um rap negro, "Barbie Modelo-Cabaret" na qual também saliento os sintetizadores, e temas com um estilo mais clássico mas não menos agoirento como "Bailarina Sem Vestido", "Circo Dos Amores" ou "Nini Dos Meus Quinze Anos" [de Paulo de Carvalho] uma das três covers presentes neste álbum.

Um pormenor que achei verdadeiramente fantástico foi a preocupação em cobrir os temas de artistas como António Variações ["O Corpo É Que Paga", uma faixa que perdeu por não se encontrar numa versão em estúdio]; Madalena Iglésias ["Ele E Ela", apresentando laivos de ironia bastante engraçados] e do já referido Paulo de Carvalho, de uma obscuridade tal que parecem terem sido feitos para figurarem neste disco. 

Existem outros pontos de interesse como por exemplo os coros em "Olhos De Porcelana", os sintetizadores em "Barbie Modelo-Cabaret" ou o final clássico de "Trágica Hora Do Chá" mas todo o trabalho deixa transparecer uma aura que apenas ao vivo acredito ser totalmente perceptível. Igor Freitas aproveitou para mencionar a teatralidade das suas apresentações e perante um álbum como este outra coisa não seria espectável.

Em jeito de conclusão e fazendo novamente menção ao carácter especial desta review alerto para a ausência de uma classificação atribuída ao álbum. Ouçam-no vocês mesmos, no dia 16 de Novembro no Centro Cultural do Bom Sucesso em Alverca. Este é um exemplo da quantidade de potencial que temos escondido em Portugal abaixo de toda a podridão que insiste em polular nas tabelas de vendas nacionais.

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