quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Sobre O Caso Maria Barros

Podem ler o artigo em causa AQUI.

Quando vi a menção a este artigo e do que este tratava, li um pouco do mesmo e formei uma opinião que acreditava não ter um grande número de apoiantes. Quando não é minha surpresa ao verificar que afinal há muita gente a pensar como eu.

Como diria Jack, o estripador, "vamos por partes":

1) A média fixada foi somente para esta menina ou para todos os outros concorrentes ao mesmo curso? É que parece que a menina se sente tremendamente injustiçada por não ter entrado por causa de umas meras décimas, quando há dezenas, talvez centenas de outras pessoas que se encontram na mesmíssima situação, neste e outros cursos. Não entrou por um capricho do sistema, entrou por que as coisas são assim, para toda a gente (compadrios à parte).

2) Ficar um ano a subir a média ou estudar numa universidade que  não fique a dois passos de casa não foram opções válidas porquê? Provavelmente a menina não tem a percepção de que o fato de ter ido estudar para fora do país só mostra que tem (ou melhor dizendo, os seus papás têm) possibilidades económicas para tal que muitos outros alunos que se encontram na mesma situação não têm. Consequentemente, um quartinho numa Universidade do interior ficar-lhes-ia muito mais em conta do que um quartinho em Espanha, França, ou qualquer outro país Europeu para onde a menina quisesse ir estudar.

3) Não querendo desvalorizar as outras áreas em prol da Medicina (sendo eu de Letras) mas estámos a falar de profissionais que tratam de seres humanos, que têm nas suas mãos, muitas das vezes, a possibilidade de salvar ou matar um doente. Sim, eu sei que muitos doutores de dezassete valores são tão bons ou melhores do que os de dezoito valores mas estámos a falar de vidas humanas, não pode (não deveria) haver facilitismos no que toca a escolher quem tem o poderio sobre a vida de quem quer que seja.

A mim cheira-me (cheira-me só) que o sonho da menina era tão grande que ela não quis dar-se ao trabalho de acordar para a vida e de lutar por ele, desistindo ao primeiro sinal de que nem tudo lhe iria correr de feição.

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