terça-feira, 29 de agosto de 2017

Um Encontro Perigoso - Chapadas Na Tromba, Leite Na Tromba E Outras Histórias #6

#5 AQUI.

MAIS UMA VEZ AVISO QUE SE GASTOU O STOCK DE BOLINHAS VERMELHAS DO ESTAMINÉ NESTE POST APENAS. PROSSIGAM POR VOSSA CONTA E RISCO. FALO SÉRIO GENTE.


Antes de lerem o que se segue, convém que se lembrem do tralho que eu dei há dias, que saibam que tive um desfalque de 600€ esta semana no trabalho e que devido às intervenções dentárias do dia de ontem estava a cuspir coágulos de sangue e quase a esvair-me no mesmo. Por isso eu não estava carente, estava a roçar os laivos do desespero.

Numa das nossas conversas (em muitas aliás) disse eu ao J:

" - Adorava ver-te de fato..." - não vos sei dizer até que ponto tinha esta fantasia com ele ou na generalidade, mas desde que o conheci que desejei vê-lo em tais preparos.

" - Não gosto..." - respondia-me ele - " - se quiseres compra-me um mas eu não devo ter nenhum...."

Com a vida numa roda viva lá me passou a freima de lho comprar e acreditava veemente que por ele nunca o iria ver em tais preparos.


Chegados ao quarto, e vindo ele com a mochila do costume (onde guarda toda a roupa que usa lá dentro) diz-me ele:

" - Vai-te arranjando aí que eu vou-me ausentar, quando bater agradeço que me abras a porta..."


Fiquei pelas horas... Anda uma pessoa a pagar quartos para isto? O que iria ele trazer? O amigo que escondeu na mala? Melhor. Muito melhor. Quando abro a porta ao seu toque, o que encontro eu? O meu J de fato completo, sapatos e óculos a combinar.


Conhecem o género que vos toca à campainha para vender bíblias ou que vos interpela no centro comercial para aderirem ao cartão PoupaNada? Era aquilo...

" - Eu não sei o que andas a vender, mas eu compro..." - dizia-lhe eu....

Eu soube que estava a passar os níveis de javardice e aputalhamento permitidos por lei quando, mesmo depois de o alertar para o dito problema do dente (que não resultou em problemas de maior) dei pelo colarinho da camisa dele manchado de vermelho, por que, coiso, abocanhei tudo o que vinha à boca. 

" - Tu hoje estás mais puta do que o costume, é por causa do fato?"

Por mais de uma vez me passou pela cabeça:

" - Será que o vou estrangular se continuar a puxar-lhe a gravata com esta força?"


" - Esta não é a única surpresa que tenho para ti hoje..." - alertou-me ele. Pouco depois pega numa saca e saca de um dildo.


Eu sou um rapaz da Parvónia. Sabia o que era, mas em 27 anos de vida nunca tinha utilizado nenhum. E acredito que ele também o sabia. E sabia também que eu não lhe iria negar o uso do mesmo na minha pessoa. Ok, a coisa serve, é verdade. Mas usa-lo com aquele homem à frente foi o mesmo que estar a ver um jogo de futebol numa televisão estando dentro de um estádio.

" - Hoje vais ter de ser tu a escolher onde me venho: dentro de ti ou na tua cara, como de costume..."


" - Por que é que não pode ser nos dois sítios?" - perguntava-lhe eu, preocupado se afinal iria receber o tratamento que efectivamente tinha pago.

" - Sabes que me venho onde e quando quero, mas hoje tens de ser tu a escolher. Se não escolheres então não me venho e tu sabes que faço isso..."


A indecisão entre a novidade e o desconhecido apelativo. Sendo que a nossa "relação" já dura há tempo suficiente e a confiança era também ela suficiente, lá escolhi a primeira.
E ele, ciente do que eu estava a abdicar, teve a gentiliza de me bafejar com um grande resto por mim abaixo. Ou seja, hoje fiquei quase como aquele gelados que alegam ter mais de 90% de leite. 


" - Sabes que já são 41, já não tenho a pedalada, embora tenha a experiência não aguento horas a foder..."

E agora eu, que nunca me relacionei com alguém abaixo dos trinta, pergunto se essa pedalada toda é mesmo verdadeira. E pergunto também se é só ele ou se todos os quarentões sofrem deste complexo....

No caminho de regresso lá lhe disse:

" - Estranhei a quantidade de tempo que ficaste com o fato vestido... Era para me fazer a vontade?"

" - Em certa medida sim, depois comecei a sentir-me o objecto e eu não sou o objecto."

" -  O objecto sou eu."

" - Certo."

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